domingo, 26 de janeiro de 2014

RUBEM BRAGA E OS AMIGOS...

Gostaria de transcrever um trecho de uma crônica do genial Rubem Braga. Poucos cronistas conseguiram o grau de lirismo ao relatar o cotidiano, a vida simples e nossas agruras do coração como o "velho Braga". Tudo isso num estilo seco, conciso, direto e estóico que me remete a Ernest Hemingway.
A crônica tem o sugestivo nome de "A Companhia dos Amigos" e foi lançada originalmente no livro "O Pé de Milho" que data de 1945.



Nela Rubem narra uma partida de futebol entre amigos na praia, uma tradicional "pelada",onde moradores de Copacabana enfrentam os de Ipanema e Leblon.
Os times eram compostos por grandes figuras de nossa cultura como Vinicius de Moraes, Di Cavalcanti, Orígenes Lessa, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Joel Silveira, Sérgio Buarque de Hollanda, Afonso Arinos, Carlos Drummond de Andrade dentre vários outros. Todos amigos. Que geração incrível essa.
Após narrar as peripécias da partida Rubem fica observando os 30 amigos e amigas e conclui:
"Depois mergulhamos na água boa e ficamos ali, uns 30 homens e mulheres, rapazes e moças, a bestar e conversar na praia. Doce é a companhia dos amigos, doce é a visão das mulheres em seus maiôs, doce é a sombra das barracas, e ali ficamos debaixo do sol, junto do mar, perante as montanhas azuis.
Ah, roda de amigos e mulheres, esses momentos de praia serão mais tarde momentos antigos. Um pensamento horrivelmente besta, mas doloroso. Aquele amará aquela; aqueles se separarão; uns irão para longe; uns vão morrer de repente; uns vão ficar inimigos. Um atraiçoará; outro fracassará amargamente; outro ainda ficará rico, distante e duro. E de outro ninguém mais ouvirá falar, e aquela mulher que está deitada, rindo tanto sua risada clara, o corpo molhado, será aflita e feia azêda e triste.
Atravessarei o ano na casa fraterna de Vinicius de Moraes. Estaremos com certeza bêbados e melancólicos - mas, em todo caso, meus amigos, se eu não ficar melancólico farei ao menos tudo para ficar bêbado. Como passam os anos! Ultimamente têm passado muitos anos. Mas não falemos nisso.
Rio, dezembro de 1945."
Rubem Braga poeticamente aborda o tema que nos persegue, nossa existência, a razão de tudo isso e no fim o que realmente vale a pena.
Vale a pena cultivar os amigos. São talvez a melhor coisa da vida. E como diria Renato Russo:
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há."
Forte abraço,

sábado, 25 de janeiro de 2014

MEU TRIBUTO A JIM MORRISON



Em 2011 realizei um grande sonho, que foi percorrer os caminhos que Jim Morrison fez em 1971 por Paris, Madri e Tanger, no Marrocos, poucos dias antes de morrer.






Para mim foi uma viagem mística. Eram os 40 anos de sua morte.

Na volta Polly me ajudou a fazer esse vídeo sensacional.

Sempre revivo aqueles dias a cada vez que assisto o vídeo...

Saudações "morrisonianas"...

NA TRINCHEIRA DO FALCON

Trincheira em Ovillers La Boisselle, França, durante a Batalha do Somme, em 1916.



NA TRINCHEIRA DO FALCON.

"Onde diabos esse rapaz arranjou esse nome para um blog?" 

Uma boa pergunta.

Inicialmente o "Falcon" faz menção ao meu apelido que ganhei no motociclismo. E para fazer justiça ao "pai da criança" preciso mencionar que o simpático codinome me foi dado pela figura ímpar e impoluta de "Paulada", um motociclista bem conhecido pelas estradas "brazucas". Um dia ainda faço um "post" falando dele, o homem que "engole vento e come asfalto".

Ao pensar em um blog eu queria colocar nele os assuntos de minha preferência, as coisas que mais gosto. E como meus gostos são um tanto variados, eu pensei em um nome que traduzisse essa minha "salada" de afinidades.

Porque uma trincheira? Queria que a imagem pudesse passar a ideia de uma profusão de coisas, juntas, bagunçadas, enfim, não somos todos multifacetados?

As trincheiras típicas da Primeira Guerra Mundial eram verdadeiras "cidades escondidas" em quilômetros de corredores. Nas paredes os soldados organizavam tudo, desde abrigos subterrâneos, depósitos de munição, comida, até pequenos armários improvisados, como podemos perceber na foto.

Ou seja, a trincheira é uma verdadeira "zona", tem de tudo, a Polly diria que parece com o meu escritório, ou "quarto da bagunça".

Achei essa alusão genial, afinal tenho minhas raízes militares, acreditem ou não, sou um 2º Tenente de Infantaria do Exército Brasileiro e também tenho a História Militar como uma de minhas grandes paixões.

A trincheira da foto ficava nos arredores de Ovillers La Boisselle, na França. Ela pertencia aos alemães, mas foi tomada e ocupada pelo 11º Batalhão do Regimento Cheshire, do Exército Britânico, durante a Batalha do Somme, em 1916. Podemos ver na rara imagem um soldado inglês vigiando a "terra de ninguém" e outros descansando. A foto é de Ernest Brooks.

Bem, é mais ou menos isso. Sou inexperiente em assuntos "informáticos", terão de ter paciência comigo, estou começando a aprender a usar essa ferramenta. Esse é um blog gratuito, quem sabe, se gostar mesmo da ideia faço um mais "profissional" um dia.

Preciso mencionar que Polly e meu amigo Paulo Fernandes foram os grandes incentivadores da ideia. Muitos outros amigos também tem sua parcela de culpa: Tulio Dantas é um deles. Portanto se acharem isso aqui uma "droga" reclamem com eles. Ou "metam o pau" nos comentários dos posts.

Nasce assim, humildemente e sem grandes pretensões, o NA TRINCHEIRA DO FALCON.

Bem vindos.